Documentos do MEC e artigos de vários autores que vão desde a alfabetização e o letramento até supervisão, coordenação, formação do magistério, currículo etc.
Quanto mais eu leio, mais me apaixono. Porém, paradoxalmente, também me frustro.
Toda a orientação para a educação brasileira vem acompanhar o movimento global (via UNESCO) de educação para a paz, para a tolerância, para a multiculturalidade, o pensamento crítico, a incerteza, sustentabilidade, o ser integral e participação social.
Além disso, nossos documentos orientadores e debatedores, têm sido, conforme informações dos documentos do CNE e CEB, construídos através do diálogo com vários setores e instituições em níveis municipais, estaduais, DF , nacional e representantes do magistério em vários níveis.
Em princípio, as orientações propostas pelos documentos oficiais são afim de garantir qualidade e igualdade em nível nacional como prática democrática. No entanto, encontro, no que diz respeito à educação pública, uma situação no mínimo preocupante quando entramos na dita autonomia.
Muito se fala em AUTONOMIA. Autonomia da escola, dos professores, dos alunos, da comunidade... Mas não a vejo a miúde nas escolas públicas que conheço. Pior, pouco vejo em prática o que todo debate e pesquisa orientam, principalmente nas questões da AVALIAÇÃO e ver o educando com Ser Integral. Muitos podem ser os fatores.
A minha intenção aqui não é determiná-los. Mas chamar a atenção para que não deixemos que a politicagem sobreponha ao gesto político que contempla a Educação: educação com real qualidade social. Aquela que precisamos para mudar o rumo no qual estamos.
Uma escola que não tenha o mínimo de autonomia para fazer o seu próprio Projeto POLÍTICO PEDAGÓGICO não é uma instituição de construção do saber. É tão somente um depósito de crianças e jovens e formará pessoas sem perspectiva e, ainda, tornará os educadores frustrados e doentes.
Qual sociedade queremos? Que educandos queremos formar? Que mestres queremos ser?
"Nós" somos: os políticos na gestão; pais; professores e gestores na escola.
Do que adianta tanto estudo, tanta pesquisa, tanto dinheiro gasto em campanhas pela educação se na hora de por tudo em prática o PODER anula a ciência e o debate democrático?
O que vejo de fato é que no auge do termo SUSTENTABILIDADE, tão propagado no mundo inteiro e trazido para a Educação, nela própria, pouco se dá. A Educação Pública no Brasil, na maioria dos casos, mas felizmente com exceções, NÃO É SUSTENTÁVEL.
Acordemos, pois, para o que desejamos de fato. A hora é agora. O amanhã, se planta hoje. E o poder de hoje pode não significar nada amanhã, é temporário. Ainda não aprendemos isso?
Fica aqui uma reflexão crítica mas idealista como deve ser qualquer pessoa que vislumbra um mundo melhor do que este que estamos vivendo.
Abraços,
Ana Paula Costa Pereira
Pedagoga