sábado, 24 de agosto de 2013

Sintonia entre ensino e aprendizagem

Texto da minha amiga Pedagoga Vera Lúcia Correa Camacho:
"Há que se compreender os apelos de muito tempo feitos por professores de rede pública, que reclamam da berlinda educacional em que padecem, quase à beira da paranoia disciplinar. Se educar é preparar o indivíduo para a sociedade, a escola de hoje anda longe de atingir essa meta. Pois assim como o sistema familiar se corrompeu, o educandário abdicou de ser tábua de salvação do conhecimento e da disciplina. E sem entender que só se prepara o indivíduo para a sociedade formatando-lhe o caráter, a escola vem sendo vítima de frágeis e contraditórias teorias e, por isso, afrouxando as rédeas do controle da ordem, rendendo-se a uma onda continuada de delinquência protegida.O processo educador passa pelo disciplinador, pois é o limite familiar e escolar que prepara o cidadão para as controladas convenções sociais. E se a cada dia a escola está enfraquecida pela falta de estrutura, também se enfraquece por falta de autoridade – esta se confundiu e se perdeu desnecessariamente junto com o condenado autoritarismo. Persiste uma inversão de valores em nome de liberdades e garantias individuais, cujo exagero não contribui nem para a educação social, nem para a intelectual. Mas acaba nivelando tudo por baixo: o bom aluno que estuda, com aquele que não despertou para o compromisso discente. O que tira boas notas, com o que é aprovado sem notas e que é “empurrado com a barriga” para um futuro bem mais constrangedor que a reprovação. Essa falta de limites iniciada na educação familiar se amplia na escola com as temerosas concessões dadas a alunos indisciplinados, em detrimento da maioria, como se medidas disciplinadoras fossem todas constrangedoras. O próprio Estatuto dos Direitos da Criança e do Adolescente (ECA), cuja função maior é resgatar a responsabilidade da família, não é seguido à risca pela autoridade competente, que muitas vezes toma medidas educativas para proteger um adolescente infrator da exclusão educacional, cometendo para isto o disparate de penalizar toda uma sala de bons alunos (como se colocasse um gato na gaiola para aprender boas maneiras com os passarinhos); ou seja, se a autoridade não faz cumprir o ECA sobre a obrigatoriedade governamental de criar instâncias ressocializantes, não deveria também penalizar professores, projetos e alunos com equivocadas e desastrosas medidas de inclusão.O sistema de ensino tem procurado sustentação nos teóricos modernos para resolver problemas de aprendizado e conduta. Mas, a despeito das propostas inovadoras, a redução dos limites disciplinares está desobrigando o aluno de ter responsabilidade, alijando-o desse valor. Entende-se, portanto, que a sintonia entre ensino e aprendizagem está na base da compreensão da criança e do adolescente sobre o papel de cada um na escola. E como é verdade que educar é um ato de amor, todo amor requer, também, disciplina. É possível agir com dureza e com ternura ao mesmo tempo, mas, sobretudo com a compreensão de que educar é preparar o caráter do indivíduo, coisa que a falta de limites jamais permitirá."

Concordo em gênero, número e grau!

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